20 outubro 2012

Minha crítica sobre Avenida Brasil

Ontem, sexta-feira, houve o ato final de uma obra que já consta entre o top 10 (5?) da teledramaturgia brasileira. O sucesso ‘tsunâmico’ de Avenida Brasil pode marcar o início de um novo estilo de fazer novela e, quem sabe, ditar tendências no mercado autoral brasileiro. Foram sete meses em que horário das nove marcava um compromisso quase religioso de milhões de pessoas com a tevê e servia de pauta para as conversas das salas de espera ao botequim , a ponto de ofuscar a ótima Fina Estampa, obra anterior transmitida pela emissora. Consagrou ainda a interpretação não só convincente, como também indignante, de uma Adriana Esteves genial, que entrou definitivamente para o hall das maiores atrizes brasileiras. 

12 outubro 2012

A crônica das minhas fascinações


Me afasto, cada vez mais, das pílulas de entretenimento e suas fascinações. Dessa forma subliminar de nos tratar como neuróticos, sedentos pela droga que irá nos livrar do peso da existência. Desses fogos de artifícios que projetam um mundo pretensamente mais divertido que o real. As propagandas sugerem bebidas para ser feliz, carros para ser feliz, roupas para ser feliz e as pessoas compram bebidas, carros e roupas mas não são felizes.
O que há de errado? Será que sou eu, doutor? Durante a infância, lembro do meu lance com o futebol. Cada partida do Corinthians era uma sessão catártica que me elevava a outra dimensão. Os jogos da seleção brasileira, então, eram esperados como o desembrulhar revelador de uma manhã de Natal. Até que furaram a bola. Descobri que as apostas eram altas, os apostadores poderosos e os árbitros não conseguiam pagar as suas contas somente com o apito. E, frustrado, abandonei a fascinação pelo futebol.

01 outubro 2012

Meditando em local impróprio

Semana passada, ao acordar, resolvi meditar de frente para o sol, na varanda de casa. Há três anos pratico ioga e sei que só quem ousa manter “a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo” conhece os benefícios dessa técnica milenar. É de domínio da ciência, por exemplo, que o controle respiratório desacelera o coração e tranquiliza a mente, tornando as situações mais claras e os problemas mais fáceis de serem resolvidos. Por coincidência, um conhecido passava naquele momento em frente de casa e estranhou eu estar ali logo cedo. Quebrando minha concentração, questionou em tom jocoso se não tinha vergonha de me expor daquela forma de frente pra rua. “O pessoal vai te zuar, cara”. A partir daquele dia, passou a me tratar de forma mais estranha, quase como se eu fosse um ser de outra constelação.

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