Flávia Renata Almeida: fenômeno do basquete BR

 Aos 29 anos, a apucaranense Flávia Renata de Almeida faz História ao ser a primeira mulher e mais jovem pessoa a assumir a coordenação de arbitragem Liga Nacional Basquete (LNB).

Flávia Renata Almeida é a nova  "manda-chuva" do arbitragem do basquete nacional (foto:LNB)

Ainda neste ano, a apucaranense Flávia Renata Almeida, de 29 anos, passará a dar as cartas na arbitragem do basquete brasileiro. Reconhecida internacionalmente e colecionadora de feitos inéditos no esporte, ela vai assumir a coordenação do setor junto à Liga Nacional Basquete (LNB). Segundo a assessoria de imprensa da entidade, Flávia será a mais jovem e também a primeira mulher a alcançar tal posto de comando na História do basquete nacional.

A notícia foi divulgada nesta semana no site da LNB, mas os contatos com a diretoria da entidade começaram a cerca de três meses, segundo informa a apucaranense ao Correio do Vale. “Quando soube, foi uma grande surpresa, um grande susto, porque sempre me preparei para dar aulas em Universidades”, revela Flávia, que possui mestrado em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde leciona desde 2008, além de também atuar como professora na Escola Municipal Maria Teixeira Georg, de Rolândia.

Ela sintetiza bem a responsabilidade que passará a ter. “Comparando com o futebol, é como se eu fosse escalar os árbitros do Campeonato Brasileiro”, diz. A futura coordenadora também trabalhará junto à Federação Internacional de Basquete (Fiba) na “atualização de conceitos, regras e gestão de arbitragem, além de dar continuidade à parceria que já vem sendo realizada com a Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Basquete (CBB)”, conforme publicou a LNB.
Flávia se diz orgulhosa pela conquista. “Hoje, a arbitragem do basquete brasileiro é considerada uma das melhores do mundo, tanto é que sempre temos árbitros apitando  jogos internacionais. Pra mim, é uma honra fazer parte dessa equipe como coordenadora e espero fazer um bom trabalho”, afirma ela, estendendo a conquista para todo gênero feminino. “Aos pouquinhos, estamos mostrando que podemos brigar de igual por igual com os homens”, comenta. Antes de assumir oficialmente o cargo, ela encerrará seus compromissos como árbitra internacional atuando na Universíade, em agosto, na China, e no Pré-Olímpico das Américas Feminino, em setembro, na Colômbia. A posse deve ser ainda neste ano.
Conquistas "fenomenais"
 

A contar pela pouca idade e os feitos já alcançados, a apucaranense Flávia Renata Almeida pode ser classificada como um fenômeno da arbitragem do basquete. A paixão pelo esporte começou aos dez anos, quando foi assistir ao primeiro treino do esporte. Aos 13, já jogava defendendo o município de Apucarana. Em 1999, foi convidada a participar de um curso de arbitragem proferido por Cristiano Maranho. A carreira propriamente dita começou em 2001, quando passou a apitar jogos no Estado do Paraná. Em 2007, foi promovida à categoria nacional. Uma das conquistas mais simbólicas foi apitar as finais do Nacional Masculino, de 2008, até então só realizado por homens. Em outubro do mesmo ano, se tornou árbitra internacional, a primeira paranaense da História. Fora do país, já atuou em jogos importantes, como as finais do Campeonato Mundial Sub 19 Feminino da Tailândia (2009) e dos Jogos Olímpicos da Juventude de Cinguapura (2010).


Orgulho da família

Pais orgulhosos: Elizabeti Côco de Almeida e Raimundo de Almeida.

Como não poderia ser diferente, Flávia é o orgulho da família. “Ficamos felizes por ela, pois é algo que ela sempre almejou. Ela sempre foi muito batalhadora”, descreve dona Elizabeti Côco de Almeida, auxiliar de serviço administrativo, mãe da atleta. Mas o coração da mãe fica apertado quando lembra que a filha terá que se mudar para São Paulo, onde fica a sede da LNB. “Ela vá pra longe, mas é a vida dela, está correndo atrás de seus sonhos”, diz a mãe, que ainda vive em Apucarana com o marido.

Tido como o principal incentivador da filha na carreira esportiva, o soldador Raimundo de Almeida também está feliz com a conquista. “Ela sempre foi uma pessoa de muita garra”, elogia. Ele se lembra do momento que considera mais emocionante na carreira da filha. “A emoção foi quando ela apitou a Liga Nacional de Basquete Masculino. O locutor disse que foi a maior revelação do basquete brasileiro”, relembra ele, que também já foi árbitro da Federação Paranaense de Futebol e treinador de futsal em Apucarana por mais de 20 anos.