27 janeiro 2011

Brasil/EUA: uma vida em 2 anos - Parte IV

Na quarta e penúltima parteda história dos dois anos que Karine passou nos Estados Unidos, ela fala dos relacionamentos mantidos naquele país. Além disso, trás observações de dois momentos importantes da História norteamericana que teve a oportunidade de presenciar: a Crise Econômica Mundial e a eleição de Barack Obama para presidente, ambos eventos ocorridos em 2008. “No Natal de 2008, mesmo com todos os problemas gerados pela crise, o consumismo das pessoas era algo inacreditável”, escreve.





Os relacionamentos
Tive alguns rápidos relacionamentos, apenas um mais longo com garotos, homens, moços de personalidades diferentes. O meu primeiro namoradinho de lá foi um marroquino. É interessante notar que quando você é um imigrante, as pessoas do seu círculo de amizade são também, em si, de maioria imigrantes. Também saí com um turco e até um brasileiro (aii carência).


Karine acompanhada em Seattle: namoro ou amizade?,
perguntaria Sílvio Santos. 


O que posso dizer é que todos eles deram de 10 a 0 em educação e cavalheirismo. Eram muito educados, e muitos à moda antiga. Daqueles que sabem manter o romantismo em um relacionamento, com pequenos detalhes, do tipo, abrir uma porta, puxar uma cadeira, ligar no dia seguinte. Não vou falar muito sobre isso, pois sei que é uma experiência muito pessoal. Eu tive a sorte de sair com homens que eram assim. Agora, o que eu mais achava interessante, era que amizade entre homem e mulher lá existe, sim. Essa malícia que a maioria dos brasileiros tem em relação a uma amizade entre um homem e uma mulher existia mas de uma maneira muito menos agressiva.


Política e economia
Durante esses dois anos, tive a oportunidade de viver em duas épocas importantes para os Estados Unidos. A primeira foi a crise econômica. O país quebrou, desvalorizou. Vi o drama de famílias falindo, de amigos voltando para seus países, porém uma coisa que ainda me surpreendia. No Natal de 2008, mesmo com todos os problemas gerados pela crise, o consumismo das pessoas era algo inacreditável. Isso faz parte da cultura, são criados assim. Consomem - e muito! Eu adimito que me tornei uma consumista também. Provavelmente comprei mais em 2 anos do que fiz em minha vida inteira. É também o país da publicidade. Se você quer vender algo, pode ter certeza que vai achar alguém para comprar.


A segunda época foram as eleições para a presidência. Eleger o Obama não foi algo tão surpreendente. Na verdade, foi algo como ver o Lula ganhando aqui no Brasil. Praticamente a mesma estratégia, usar o “povão”. Eu sempre tive em mente que o Obama seria ou uma grande decepção ou um grande herói. Naquela época, a maioria da população esperava que o Obama assumisse a presidência e salvasse o país da crise. Eram as melhores esperanças do país, mas isso não aconteceu bem da maneira que todos queriam.


No fim, os planos não se concretizaram e o grande elefante branco ainda sofre as consequências. O que mais me supreendeu quanto às eleições foi o fato do voto não ser obrigatório. Lembro de ter visto meu patrão preenchendo alguns formulários para o envio do seu voto (não, nada de lei seca e dia programado). Perguntei o que aconteceria se ele não votasse. Ele disse que nada. Eu disse que o voto no Brasil era obrigatório. Patrão: “Mas eu achei que seu país fosse democratico”. Eu: “Eu também”. Fim de conversa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

OBS: Como prevenção, todos os comentários serão lidos antes de publicados. Terão maravilhosa probabilidade de entrar aqueles que respeitarem os itens abaixo:

1 -É interessante que o comentário tenha relação com o assunto da postagem, mas, como a Teoria do Caos mostra que tudo pode estar inter-relacionado, com criatividade vale tudo.
2 - Propaganda de outros sites não são muito virtualmente saudáveis (e comentando com o open ID o link é automático);
3 – Maledicências personificadas é chato pra caramba!
4 – Comentários anônimos serão aceitos, desde que não configurem ofensas e sejam criativos.

Postagens mais populares