25 março 2011

Brasil/EUA: uma vida em 2 anos - Final

Na última parte do relato sobre os dois anos em viveu nos Estados Unidos, Karine fala da despedida. 2009 foi um ano repleto de viagens e shows. No Brasil, um fato triste relacionado com seu pai. Será que Karine ainda tinha vontade de voltar para sua terra natal? "Esses anos me ensinaram que não importa o que aconteça, sempre se pode recomeçar", diz.



Viagens II
2009 foi anos das viagens épicas e dos shows. Tinha mais liberdade para fazer o que eu quisesse. No mesmo ano, visitei San Francisco, Las Vegas, Grand Canyon, Los Angeles e San Diego. Todas as viagens feitas com grandes amigos, pessoas que vou ter para sempre comigo, na memória. O ano foi marcado por grandes momentos, apaixonantes, que me fizeram querer ficar para sempre por ali. Sentia saudade de casa, mas de certa forma, me sentia em casa.

Ficar ou partir
Próximo ao fim de 2009 eu já não pensava mais em morar no Brasil mais uma vez. Tinha uma vida completamente diferente, porém tinha em mente que voltaria, independente do que acontecesse. Meu pai precisava de mim. Sua situação era cada vez pior. Ele entrou em uma depressão muito grande, não sabia como viver sozinho, e eu todos os dias me sentia culpada por aquilo. Coloquei em mente que deveria cuidar dele, que não o deixaria sozinho. “Responsabilidade grande”, meu patrão sempre dizia. Eu concordava, mas era meu pai, não podia deixá-lo. Porém, ele resolveu me deixar ir. Em outubro de 2009 meu pai faleceu, depois de sofrer por um tempo de cirrose. Sim, ele praticamente se matou, comprou a própria morte comsumindo alcool da maneira que consumiu. Eu sabia que algo parecido iria acontecer. Encarar a morte de meu pai foi um pouco mais fácil. Eu já era mais madura, e já havia passado por algo parecido. Além disso, minha mente era outra. Eu sabia que ia doer, e que a dor não passa, está sempre ali, mas aprendemos a viver com ela. Agora nada mais me prendia ao Brasil, porém já tinha decidido. Voltaria ao país da mesma forma.

Lar doce lar?
Karine e uma amiga no show do U2
Me despedi de todos os amigos. Chorei muito, me despedi da host family e embarquei no avião. Dia 14 de dezembro de 2009 foi o meu ultimo dia em solo Americano. Voltei para o Brasil com a sensação de que era a coisa mais errada a fazer. Até hoje não descobri se foi ou não. Chegando aqui, sofri com as mesmas coisas que sofri quando cheguei lá. Uma espécie de choque cultural ao contrário. Quando se passa tanto tempo fora, a impressão é de que as coisas não mudam, porém elas estavam mudadas, e muito. Ainda tenho problemas com a readaptação, não sei se quero fazer do Brasil a minha casa. Não tenho certeza de nada. Talvez eu ainda não tenha tido tempo suficiente para decidir isso, mas tudo bem. Esses anos me ensinaram que não importa o que aconteça, sempre se pode recomeçar. Se não der certo aqui, pode ser em outro lugar. Não acho mais que lar é o lugar onde você nasceu, cresceu, mas sim é o lugar onde você quer estar. Para mim, o Brasil é minha casa, mas o mundo é meu lar. Sei que vou fazer o possível para conhecer um pouco de cada cantinho desse planeta. O mundo é grande demais, e é preciso conhecê-lo.

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2 comentários:

  1. Olá, garoto!
    Beleza?
    Parabéns pelo novo leiauti, rsrsrs.

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  2. Valeu, cara!
    O negócio é mexer mesmo...
    Um abraço.

    ResponderExcluir

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